Levantamento foi feito pela internet com 1 mil pessoas, e a grande maioria dos entrevistados também era motociclista. Para 72,7% dos entrevistados, o trânsito vem se tornando mais perigoso para quem anda na moto. Trânsito no complexo Cebolinha em direção avenida 23 de maio, em São Paulo
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) revelou que 73% dos entrevistados acreditam que os motociclistas não respeitam as leis de trânsito, um dos principais causadores de acidentes.
Os dados foram coletados e analisados pelo Instituto Informar, entre os dias 10 e 13 de setembro deste ano. Foram 1 mil entrevistas feitas pela internet, com pessoas com ao menos 18 anos, residentes em todas as regiões do Brasil e de todas as classes econômicas e escolaridades.
Do total, 76,8% das pessoas se declararam motociclistas, 12,9% são motoristas e 10,3% apenas pedestres. Ou seja, a maior parte dos que acreditam que falta respeito às leis de trânsito pelos motociclistas é um condutor de moto.
Entre os donos de moto que responderam, a maioria (46,7%) tem anda em modelos entre 51 e 150 cilindradas. Para 53,6%, o veículo é utilizado como ferramenta de trabalho, caso de entregadores de comida ou de documentos.
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Agressões verbais são violências mais comuns no trânsito
Em relação à violência no trânsito em um cenário de desrespeito à lei, a maioria dos problemas enfrentados pelos entrevistados envolve agressões verbais e carros que fecham motos de propósito.
As alternativas dessas questões foram de múltipla escolha, portanto o somatório é maior que 100%.
Agressões verbais: 60,6%
Carro fechar a moto de propósito: 56,4%
Moto fechar o carro de propósito: 28,3%
Ameaças de perseguição: 16,7%
Assalto com ou sem arma: 11,9%
Outro tipo de violência no trânsito: 1,1%
Nenhuma: 2,6%
Já para casos de violência presenciados, mas que não necessariamente aconteceram com os entrevistados:
Agressões verbais: 70%
Carro fechar a moto de propósito: 62,4%
Moto fechar o carro de propósito: 40,5%
Ameaças de perseguição: 26,8%
Assalto com ou sem arma: 19,8%
Outro tipo de violência no trânsito: 0,6%
Nenhuma: 0,6%
Para todos os entrevistados, independentemente do tipo de veículo, 77,1% das pessoas conhecem alguém que já sofreu algum acidente de moto. Dos acidentados, a maioria não se machucou gravemente:
Não se machucou: 32,9%
Quebrou mão ou pé: 25,6%
Arranhão ou lesão superficial: 24,4%
Fratura exposta: 12,2%
Lesão na coluna vertebral: 4,9%
Outros: 7,3%
Para melhorar a saúde e segurança no trânsito urbano, 24,6% dos entrevistados acreditam que fiscalização e monitoramento são as melhores soluções, enquanto:
Respeito e comportamento no trânsito: 14,1%
Motovias e vias exclusivas: 12,1%
Campanhas de conscientização: 9,2%
Melhoria da sinalização: 8%
Melhoria da infraestrutura: 7,6%
Conscientização viária: 7,1%
Aumento da segurança: 3,7%
Mais cuidado ou atenção: 3,3%
Cuidar da saúde mental: 1%
Melhorar tudo: 3,5%
Nada para melhorar: 2,7%
Não sabe: 3,1%
Frota de veículos cresceu mais de 164% em 17 anos no Brasil
Mesmo com grande violência no trânsito, a frota nacional não parou de crescer em quase duas décadas. Em 2023 o Brasil ultrapassou a marca dos 119 milhões de veículos, segundo levantamento do Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
O levantamento em todo o país aponta crescimento de 164,78% na frota nacional em 17 anos, quando em 2006 a Senatran registrava 45.029.257 veículos circulando no Brasil.
Os números mais recentes contabilizam:
Automóvel: 61.803.369;
Motocicleta: 26.928.037;
Caminhonete: 9.523.581;
Motoneta: 5.740.264;
Camioneta: 4.340.646;
Caminhão: 3.088.034;
Reboque: 2.258.798;
Semi-reboque: 1.306.369;
Utilitário: 1.580.714;
Caminhão trator: 892.680;
Ônibus: 708.332;
Ciclomotor: 483.830;
Micro-ônibus: 444.520;
Triciclo: 44.466;
Trator de rodas: 38.382;
Outros: 34.823;
Sidecar: 8.592;
Chassi plataforma: 1.636;
Quadriciclo: 307;
Trator de esteira: 235;
Bonde: 42.
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